Irmãos de advogado são presos em Teixeiras
Os policiais Civis de Teixeiras contaram com a participação de agentes da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Viçosa
Policiais Civis de Teixeiras deflagraram na manhã de ontem, quarta-feira, 8, a segunda fase da operação “Independência”. A ação da polícia é continuidade às investigações que estão apurando fraudes aplicadas em aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por um escritório de advocacia localizado em Teixeiras.
Na ocasião, foram cumpridos dois mandados de prisão expedidos para os irmãos de 33 e 30 anos, respectivamente, que se apresentam como advogados. Os policiais estão à procurado advogado de 29 anos, que é irmão dos dois homens que já foram presos e apontado pela polícia como chefe da organização criminosa e é considerado foragido da Justiça. Além das duas prisões, por ordem da Justiça os policiais apreenderam veículos pertencentes aos três, como forma de tentar reaver os prejuízos causados em várias vítimas.
Os presos foram encaminhados ao Presídio de Viçosa, onde permanecem à disposição da Justiça. A ação foi realizada pela Delegacia de Polícia de Teixeiras, com colaboração da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Viçosa e da Polícia Militar.
OS CRIMES
Os policiais desencadearam o início da operação na manhã de quarta-feira, 1º, quando, munidos de mandados de busca e apreensão, estiveram em dois escritórios de advocacia, um deles no bairro Alencar e o outro no centro de Teixeiras. Os policiais ainda estiveram em um sítio de propriedade do advogado investigado, na localidade de Botafogo, e na residência do desfavorecido, também no bairro Alencar.
Segundo a polícia, os três irmãos estão sendo investigados em sete inquéritos policiais, por crimes de estelionato, retenção de cartão bancário de aposentadoria e ameaça. Eles também poderão responder pelo crime de formação de quadrilha. As investigações tiveram início no final de 2020, quando as primeiras vítimas procuraram a polícia, sendo que dois dos sete inquéritos foram instaurados a pedido do Ministério Público, já que duas das vítimas procuraram o órgão para registrar a denúncia.
Segundo informações apuradas pela reportagem do Folha da Mata, os acusados retinham documentos pessoais, procurações, cartões de aposentadoria e LOAS (benefício à pessoa com deficiência) como forma de receber pagamentos vultuosos pelos serviços prestados, o que configura crime.
Nos endereços foram apreendidos vários documentos, entre eles documentos pessoais, cartões bancários e fichas cadastrais de idosos, deficientes físicos e mentais. As apurações iniciais dão conta de que somente uma das vítimas foi lesada em mais de R$ 55 mil. As buscas foram acompanhadas por representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Segundo a polícia, ainda não se sabe o número exato de pessoas lesadas, mas acredita-se que passe de muitas dezenas de vítimas.
Em uma das denúncias, a vítima denunciou que parte dos benefícios a que tem direito ficava retida com o advogado, que tinha o cartão e fazia os saques e transferências bancárias. Denúncias dão conta de que os acusados ainda conseguiam fazer empréstimos consignados em nome das vítimas, sem autorização, e ainda ficavam com o dinheiro.
Segundo a polícia, muitas pessoas que conseguiram o tão almejado benefício de aposentadoria não conseguiam se desvencilhar dos advogados que confiaram para auxiliá-los nesse processo e até então, não tinham o direito de ter em mãos seus cartões bancários e senhas para recebimento de seus vencimentos mensais.
As investigações continuam e desde a realização da 1° fase da operação novas vítimas tem procurado a Unidade Policial para representar em desfavor dos investigados.
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