Comunidade começa a decidir uso da estaçãozinha de Silvestre
Apesar da baixa participação, a reunião foi proveitosa, com deliberações sobre o horário de funcionamento e possíveis usos do espaço reformado
Apesar da pouco participação da comunidade na reunião da noite de terça-feira (06), na sede da recém-reformada Estaçãozinha de Silvestre, para deliberar sobre o uso daquele espaço para atender interesses do Distrito, o encontro foi bem proveitoso.
Além de 8 moradores, inclusive o líder comunitário Luciano Gonçalves, também estiveram presentes o secretário Municipal de Cultura, Thomas Phillipe de Medeiros Piders (Buldogue) e a chefe do Departamento de Cultura, Eliane Coutinho Maia.
Na oportunidade, após uma breve apresentação do assunto e a informação de que o imóvel será mobiliado em breve, os moradores deliberaram o melhor horário de funcionamento do espaço seria no período da tarde e da noite. Para isso, foi levantada a possibilidade da publicação de um edital para contratação de assistente administrativo para atender no local, caso a Prefeitura não tenha uma pessoa para exercer tal função.
Sobre a ocupação, a principal demanda foi do uso do espaço para exposição de artesanato e uma biblioteca (com conteúdo e quantidade de livros a serem definidos). Outra sugestão foi a de usar a sede para dança de salão e a Prefeitura também poderá transferir parte das atividades do Centro Experimental de Artes para o local. Levantou-se também a possibilidade de um grupo de moradores promover uma exposição com fotos contando a história e outra exposição com o tema de resgate da memória ferroviária, montada pelos ferroviários aposentados da rede.
No encontro, também ficaram acertadas novas reuniões com a comunidade para a abordagem do tema, quando poderão ser definidas outras utilizações para o espaço.
A revitalização da Estaçãozinha se Silvestre foi inaugurada em 1º de julho. A reforma contemplou apenas a sede da estaçãozinha, que é parte daquele complexo ferroviário. A casa atrás da estação, que também pertence a antiga rede ferroviária, não entrou na licitação da reforma, uma vez que seu morador afirma que possui documento de propriedade do imóvel. Até uma outra construção anexa já foi feita no local, também em área pertencente àquele conjunto ferroviário.
Revitalização da cachoeira
A Prefeitura de Viçosa, por intermédio da empresa Engenharia e Gestão de Cidades Ltda e por solicitação do Geoplam (Geoprocessamento, Planejamento e Meio Ambiente do Município de Viçosa), representado pela Diretoria do Meio Ambiente, está promovendo o trabalho de elaboração de plano de manejo e regularização fundiária do Monumento Natural da Cachoeira do Distrito de Silvestre, uma das unidades de conservação de proteção integral de Viçosa.
A diretora de Meio Ambiente do Geoplam, Isa Maria Dias Bastos Teixeira, disse que os trabalhos que contemplam o plano de manejo, num total de cinco, já foram entregues e se encontram em fase de análise para ser avaliados e, posteriormente, aprovados. Após a aprovação, será realizada uma audiência pública para entrega e apresentação dos trabalhos
Dentre às inúmeras possibilidades identificadas de desenvolvimento local sustentável devido a sua beleza cênica, além de se converter em um campo de pesquisa estudantil e acadêmica, o local poderá agregar as atividades culturais da estaçãozinha ao parque enriquecendo o lazer da população; consorciar práticas de esportes de aventura como rapel e tirolesa; estimular o muralismo (pintura urbana) na coluna do viaduto; e utilização da linha do trem para passeio de biciclotrem.
História
Segundo relatos da época, a Estação Ferroviária de Silvestre (estaçãozinha) remonta a 1886, pouco tempo depois da chegada da linha férrea no Município em 21 de dezembro de 1885, no local conhecido, hoje, como Estação Velha, na comunidade de Violeira. Dali, os trilhos se estenderam até o atual distrito de Silvestre por influência dos proprietários da fábrica de tecidos que se implantara na região desde 1830.
A Estação foi construída próxima à fábrica para auxiliar principalmente no recebimento de matéria prima e escoamento da produção. Além disso, o imóvel possui valor histórico, pela grande influência na formação urbana e, consequentemente, na história do município. Por muitos anos, o terminal serviu como importante ponto de embarque e desembarque de passageiros, além de carregamento e descarregamento de produtos, essencialmente os tecidos fabricados no distrito.
Em 21 de outubro de 1996, a linha férrea é desativada, com a passagem do último trem em Viçosa, tracionado pela locomotiva 2427. Um mês após, numa parceria público/privada, a Estação da Praça Maestro Hervé Cordovil, no centro da cidade, foi totalmente restaurada, com efetivo empenho do secretário Municipal de Cultura da época, Marcelo Soares de Andrade, inclusive com a construção de um auditório no local onde, antes, ficava o depósito da estação.
Quanto à Estaçãozinha de Silvestre, no princípio, as autoridades, em comum acordo com moradores, cogitaram uma utilidade social para ela. Mas isso, não aconteceu. Pouco depois, por força do decreto 3582/2001, foi declarado o tombamento daquele bem imóvel, o que se efetivou em 2011, por intermédio do Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio Cultural e Ambiental de Viçosa. Quanto a conservação do imóvel, desde a desativação, nada se fez, até que a atual reforma se concretizasse.
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