Projeto viçosense é destaque em festival de Juiz de Fora

O trabalho artístico "Olhar Complexo", do projeto Da Favela Para o Mundo, levou a cultura do passinho e do funk para o festival, que reuniu artistas de todo o território nacional

Projeto viçosense é destaque em festival de Juiz de Fora

Referência na área cultural e artística, o Festival de Dança da Praça CEU, em Juiz de Fora, teve mais uma edição realizada no último sábado, 26 de abril. O evento contou, mais uma vez, com uma alta diversidade de danças e cerca de 50 apresentações de alta qualidade, performadas por dançarinos e artistas de todo o território nacional e influentes na cultura da dança. Um dos destaques da 8ª edição do festival foi o trabalho artístico “Olhar Complexo”, desenvolvido pelo projeto viçosense “Da Favela Para o Mundo”.

Os dançarinos Yan Castro e Luide Barros, integrantes do projeto, elevaram o nível do evento com uma performance exclusiva de funk e passinho, a única, inclusive, que abordou estas categorias da dança, marcadas como resistência cultural e expressão artística em meio aos preconceitos estabelecidos contra sua origem e prática.

“Nós fomos os únicos que dançaram o funk e o passinho, então isso levou a platéia a loucura. Saber que isso é algo que eu e o Luide pensamos e criamos e ver que está dando certo não tem preço.”, ressalta o viçosense Yan Castro. 

O festival também foi marcado por um workshop de passinho realizado pelo projeto de Viçosa e o grupo de danças urbanas “Remiwl”, de Juiz de Fora. A oficina foi promovida no Teatro da Praça CEU da cidade, local de realização do evento, e o convite partiu do coreógrafo e diretor do projeto juiz-forano, Gustavo Diniz.

Yan Castro e Luide Barros também transbordaram talento e expressividade cultural no espaço Porão do Street, ponto de encontro e entretenimento para artistas da dança. Os dançarinos viçosenses foram recebidos pelo professor e coreógrafo Daniel Moreira, referência no Brasil nas danças urbanas. O Portão do Street também realiza palestras, aulas de dança, oficinas, treinos e gravações de vídeos.

O Festival de Dança CEU reuniu 24 grupos de ballet clássico e contemporâneo; hip hop, danças populares e outras diversas manifestações artísticas. Sem caráter competitivo, o festival tem o objetivo de valorizar a cultura e de fomentar a troca entre estilos e experiências na dança. Cerca de 250 bailarinos se apresentaram ao longo de toda a noite. O evento foi aberto e gratuito ao público.

O trabalho Olhar Complexo

O Olhar Complexo estreou oficialmente em janeiro de 2025, durante o Curso de Verão - Imersão na Dança, realizado por Cleison Lana de forma gratuita para pessoas de diferentes idades.

Uma das missões do projeto é trazer a proposta de discutir e celebrar a diversidade através da dança. O grupo tem o objetivo de propor uma reflexão sobre os estereótipos que podem moldar a percepção da sociedade.

Segundo os idealizadores, o Olhar Complexo é um convite para refletir sobre realidades diferentes e abraçar a diversidade, mostrando ao público como a dança pode ser uma ferramenta de transformação social.

O projeto conta, atualmente, com o patrocínio da Viação Águia Branca, apoio financeiro da Prefeitura de Viçosa e é uma realização Da Favela Produções (Da Favela Para o Mundo).

Rostos por trás do "Olhar Complexo"

A iniciativa reúne dois artistas reconhecidos na dança viçosense. Com 26 anos, Yan Castro é um dos principais nomes do passinho no Brasil, tendo conquistado vários prêmios em festivais nacionais e internacionais. Yan é bailarino, coreógrafo e diretor do projeto Da Favela Para o Mundo, sendo responsável, também, pela liderança do grupo “Os Atuais”, referência no passinho em Minas Gerais.

Já Luide Barros, de 18 anos, é um bailarino em ascensão, coreógrafo e um dos principais intérpretes do passinho na região de Viçosa. Seu talento o levou a conquistar importantes prêmios, incluindo o primeiro lugar no Festival Dança em Movimento, em 2022.