UFMG inicia acordo para produção de vacina 100% brasileira

A instituição contará com recursos cedidos pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais para fabricar a vacina em 2022

UFMG inicia acordo para produção de vacina 100% brasileira

Durante reunião da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na manhã desta quarta-feira, 14, o presidente da casa, Agostinho Patrus (PV), garantiu a destinação de recursos para a continuidade da pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) referente à vacina contra a Covid-19. A reitora Sandra Regina Goulart Almeida, expôs o andamento dos estudos desenvolvidos na federal mineira.

De acordo com o deputado Agostinho, uma emenda será assinada por todos os parlamentares da ALMG, em seu pedido para que a partir desta quinta, 15, as equipes técnicas da ALMG e da UFMG já possam trabalhar juntas nas questões relacionadas ao repasse de recursos. Ele se comprometeu a incluir, por meio de uma emenda ao projeto de lei em questão, a destinação do valor de R$ 30 milhões necessário para as fases 1 e 2 dos testes neste ano. A proposição cumpre prazo para apresentação de emendas na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária.

SOBRE A VACINA

Sandra Goulart falou sobre a vacina identificada como "quimera proteica", que está em estágio mais avançado entre outras seis pesquisadas pela UFMG e parceiros e é também uma das três em desenvolvimento mais adiantadas no País.

A reitora comentou que esta vacina intramuscular apresenta baixo custo em relação a outras. “Já sabemos como produzi-la. É uma vacina tradicional”, afirmou. Segundo ela, os testes em camundongos apresentaram resultados de 100% de eficácia, uma vez que nenhum deles desenvolveu a doença. Desde a última terça, 13, ela já está sendo testada em primatas.

ESTUDOS NA UFMG

Na reunião, a reitora da UFMG enfatizou a relevância dos recursos para a continuidade dos estudos, tendo em vista o corte de R$ 40 milhões, correspondente a 18,9% do orçamento, o que inviabilizaria o projeto. A expectativa da reitora é de que, em 2022, a vacina possa ser produzida nacionalmente e um acordo já está sendo feito com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para essa finalidade.

Segundo a reitora da UFMG, o desenvolvimento da vacina é uma questão de soberania nacional e também de responder ao desafio da pandemia no contexto de escassez de imunizantes. Embora o valor da pesquisa seja alto, ela destacou que é preciso refletir sobre o custo da importação de insumos, que é ainda maior, e sobre a possível necessidade de se vacinar contra a Covid anualmente.