Livro produzido por detentos será distribuído em escolas da Zona da Mata
A produção poética dos detentos foi escolhida para receber recursos financeiros da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Cataguases
Poemas produzidos em oficinas literárias buscam conscientizar os jovens de que o crime não vale a pena
Um livro produzido por detentos do Presídio de Cataguases, na Zona da Mata, será distribuído em escolas municipais e estaduais da região. Trata-se de poemas escritos dentro das celas que agora poderão ser utilizados nas salas de aula, como forma de conscientizar os jovens de que o crime não vale a pena.
A distribuição será possível porque o livro Poetas da Liberdade, lançado em novembro de 2013, vai ganhar uma segunda edição, com 2 mil novos exemplares. A produção poética dos detentos foi escolhida para receber recursos financeiros da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Cataguases.
Os livros serão entregues nas escolas pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). A direção do Presídio de Cataguases também planeja realizar palestras sobre o tema “A Droga e o Sistema Prisional Mineiro” nestas escolas. “As pessoas que desconhecem o universo prisional, especialmente os jovens, podem passar a dar mais valor ao que há de melhor na vida, a liberdade”, ressalta o diretor-geral da unidade, Alan Neves Ladeira Rezende.
A segunda edição Poetas da Liberdade foi ampliada e agora possui 112 páginas, com cerca de 80 poemas de 65 detentos, produzidos em oficinas literárias. A escrita teve como estímulo a realização de palestras, por escritores da região. A temática das poesias gira em torno do universo prisional, a saudade dos familiares, os amores perdidos, as grades, os cadeados e o arrependimento. Tudo isto acompanhado de esperança e do desejo de seguir outros caminhos.
Primeira edição
O evento de lançamento da primeira edição ocorreu no dia 28 de novembro de 2013 no auditório da Escola Estadual Manuel Inácio Peixoto, no Bairro Granjaria, em Cataguases. A primeira edição da publicação reunia 57 poesias escritas por 47 alunos da Escola Estadual Marieta Soares Teixeira, instalada dentro da unidade prisional. Os poemas foram escritos em sala de aula, com tema livre ou a partir de uma técnica em que os alunos deveriam imaginar-se sendo algum animal, misturando a própria vida com a vida deste animal.
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