Estudo da UFV confirma que população em vulnerabilidade foi a mais afetada pela covid-19 no Brasil

A pesquisa avaliou dados de pacientes internados com covid-19 em todo o Brasil

Estudo da UFV confirma que população em vulnerabilidade foi a mais afetada pela covid-19 no Brasil

Uma pesquisa produzida no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV) confirmou que a população em vulnerabilidade social foi a que apresentou menor sobrevida e maior risco de mortalidade pela covid-19 no Brasil. O trabalho analisou dados de quase 600 mil pacientes adultos hospitalizados com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 em todo o país, durante os anos de 2020 e 2021.

O trabalho foi realizado pela mestranda Cristhina Martins Lopes, que também é nutricionista do quadro de servidores da Universidade. Os dados analisados consideraram pacientes internados por até 33 dias em todo o Brasil. A pesquisadora separou os pacientes em grupos por raça, cor, região de residência e portadores de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), como diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e obesidade.

Com base em métodos estatísticos, ela concluiu que pessoas pretas e pardas, indígenas e amarelas morreram mais que as brancas, da mesma forma as que residiam em zonas rurais das regiões Norte e Nordeste, em comparação com as do Sul e Sudeste. Aquelas pessoas que eram portadoras de DCNT também foram a óbito com mais frequência.

Relacionando os dados, a pesquisadora avaliou que os grupos que apresentaram maior risco de mortalidade e menor sobrevida em relação aos outros se assemelha à população considerada em situação de Insegurança Alimentar e Nutricional (ISAN), de acordo com inquéritos realizados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional nos anos da pandemia. “Observamos que as populações mais vulneráveis, ou seja, pretas, pardas, indígenas, amarelas, nortistas e nordestinas que moram fora das cidades, tinham maior risco de óbito, independentemente de doenças preexistentes, que, por si só, agravaram os casos de doenças respiratórias causadas pela covid-19”, disse Cristhina Lopes.

Além da dissertação, orientada pela professora Brunnela Chagas de Freitas, do Departamento de Medicina e Enfermagem, Cristhina também elaborou uma cartilha técnica para contribuir para melhorias do sistema imunológico da população a partir da alimentação e prevenir infecções, como a covid-19 e outras doenças. Em linguagem clara e bastante acessível, a cartilha explica a importância do sistema imunológico e apresenta alimentos essenciais para manter o organismo melhor preparado para enfrentar doenças.

A cartilha pode ser acessada gratuitamente neste link.

 

Fonte: UFV