Estudantes da UFV protestam contra homenagens a membros da Ditadura Militar
Em um gesto simbólico, os estudantes cobriram as placas do monumento que homenageia os generais Ernesto Geisel e Emílio Garrastazu Médici, localizadas na entrada da universidade
Alunos do curso de História da Universidade Federal de Viçosa (UFV) promoveram um ato de repúdio à ditadura militar na última segunda-feira, 1º de abril. A data marca os 60 anos da instauração do regime, em 1º de abril de 1964, que durou até 15 de março de 1985, sob comando de sucessivos governos militares.
Em um gesto simbólico, os estudantes cobriram as placas do monumento que homenageia os generais Ernesto Geisel e Emílio Garrastazu Médici, localizadas na entrada da universidade. O ato também visava chamar a atenção para o título de Doutor Honoris Causa mantido pela UFV em nome de Ernesto Geisel, líder do regime autoritário.
O evento, organizado pelo Centro Acadêmico do curso de História (CAHis), contou com a participação dos estudantes Mateus Mendes, Maria Eduarda Marinheiro, Franciele Zagne, Renata Pazeli e João Pedro Casazza, com o apoio da professora Priscila Dorella. Os estudantes destacaram a importância de não esquecer os 21 anos de violações dos direitos humanos, censura e crueldade impostos durante a ditadura civil-militar.
"Foi um ato de repúdio à ditadura militar em memória de seus 60 anos. Não se faz justiça com esquecimento. Ditadura nunca mais!", afirmou ao Folha da Mata o membro do CAHis, Mateus Mendes.
O protesto foi uma forma de lembrar as vítimas da ditadura e reafirmar a posição contrária à manutenção de homenagens a torturadores e líderes autoritários, como expresso no recado deixado pelos estudantes: "Sem anistia e sem homenagem para torturadores. Ditadura nunca mais!".
As faixas foram retiradas do monumento instantes após os estudantes deixarem o local.
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