668 postos de trabalho fechados em Viçosa

Número corresponde às vagas formais fechadas nos meses de março, abril e maio. Nos cinco primeiros meses do ano foram fechados 588 postos formais de trabalho

668 postos de trabalho fechados em Viçosa

Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referente ao mês de maio, foram publicados pelo Ministério da Economia, na última segunda-feira, 29 de junho, e mostram que Viçosa iniciou o ano de 2020 criando vagas de emprego formais (36 em janeiro e 44 em fevereiro), mas com o início da pandemia do coronavírus, os meses subsequentes foram de fechamento de postos de trabalho. Foram 61 postos fechados em março, 423 em abril e 184 em maio, totalizando 668 baixas em contratos de trabalho ocupados por celetistas, ou seja, funcionários contratados com base na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os dados não levam em conta o emprego no serviço público, seja municipal, estadual ou federal.
O município começou o ano com 16.300 vínculos ativos e terminou o mês de maio com 15.712 e no acumulado dos últimos cinco meses, fechou 588 postos de trabalho.
A cidade de Ubá e sua pujante indústria moveleira vem sofrendo com os efeitos da pandemia mundial do coronavírus e continua liderando com o pior saldo regional, desde o início da pandemia. Lá, 1.328 postos de emprego formais foram encerrados. Em maio naquele município foram 310 admissões e 873 desligamentos, totalizando 563 vagas fechadas.
Na terceira posição aparece Visconde do Rio Branco, que também se destaca na produção moveleira e na de alimentos. Ao todo, 553 postos de trabalho foram encerrados naquela cidade nos primeiros cinco meses deste ano, 32 em janeiro, 76 em março, 600 em abril e 6 em maio. No mês de fevereiro foram reabertos 161 postos de trabalho.
Na contramão das maiores cidades da região está Ponte Nova, que apresentou desempenho positivo, diferente de abril quando 186 postos de trabalhos foram fechados. Naquele município, em maio, foram 10 novos postos criados, resultado de 287 admissões e 277 demissões. O saldo dos primeiros cinco meses do ano é de três novas vagas de emprego.

MUNICÍPIOS MENORES - Os dados do Caged revelam que, entre os municípios com menos de 30 mil habitantes da região, São Geraldo, que também tem sua economia dependente da indústria moveleira, é o que apresenta o pior desempenho, pois fechou postos de trabalho em março (59), abril (135) e em maio (56), quando houve 20 admissões e 76 desligamentos. Aquele município iniciou o ano com 2.241 trabalhadores celetistas e, até maio, eram apenas 2.014, totalizando a extinção de 227 postos de trabalho.
O município de Ervália também apresenta desempenho negativo, já que foram 12 pessoas contratadas em maio e 34 demitidas, ou seja, menos 22 vagas. No total, já foram 102 postos de trabalhos encerrados nos primeiros cinco meses de 2020.
Coimbra iniciou o ano com 789 postos de trabalho formais e, até maio, 60 já foram encerrados. Naquele mês, foram 11 admitidos e 13 demitidos, resultando em dois postos fechados.
Em contrapartida, a situação de Pedra do Anta se manteve estável até maio, quando foram admitidas quatro pessoas e outras quatro foram demitidas. Desde janeiro, o município registrou a criação de 15 novos postos de trabalho, com estoque de vínculos celetistas ativos saltando de 98 para 113.

EVOLUÇÃO - A pandemia da Covid-19 teve início em março, quando a região registrou 164 postos de trabalhos fechados. O mês de abril, que registrou fechamento de 2.538 empregos formais, segue como o pior desempenho até o momento. Em maio, outros 829 empregos foram encerrados, totalizando 2.847 postos fechados nos primeiros cinco meses do ano, nas 14 cidades pesquisadas.

MINAS - Em Minas Gerais, no mês de maio, foram 79.476 admissões e 113.171 desligamentos, totalizando o encerramento de 33.695 postos de trabalho. No acumulado do ano, o estado amarga 111.555 postos fechados. Os dados referentes ao mês de junho devem ser divulgados em 28 de julho.


Bares, restaurantes e academias com demissões em massa

Os números divulgados pelo Caged não levam em conta os trabalhadores informais e os MEIs (Micro Empreendedores Individuais) grupo onde estão muitos trabalhadores do ramo de entretenimento (bufeet, restaurantes, bares) e de atividades ligadas ao bem estar físico, como é o caso das academias de ginástica.
No caso dos bares e restaurantes, a liberação de fucionamento por entrega ou retirada na porta não está garantindo a saúde financeira dos negócios e o setor não está conseguindo manter os empregos e até mesmo a continuação de muitas empresas.
A Abrasel de Viçosa (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) informou que 12 estabelecimentos já fecharam as portas e que 294 trabalhadores dos 869 registrados formalmente já foram demitidos, desde o início da pandemia.
O levantamento da Abrasel de Viçosa leva em consideração apenas os dados dos associados que, até o final de abril, eram 50 estabelecimentos e agora são 38. Naquele mês foram registradas 144 demissões e 162 suspensões de contratos e, dois meses depois, o número de demissões aumentou em 150 (total 294) e o número de funcionários afastados chegou a 385.
O representante da Abrasel de Viçosa, Adnilson Francis (Denis), informou que a situação dos funcionários afastados é incerta, com chances de mais demissões ocorrerem. O número de profissionais afetados pode ser maior, se for levado em consideração os que atuam informalmente e os estabelecimentos não associados.

ACADEMIAS
Proprietários de academias e estúdios de performance também estão sendo afetados pela paralisação das atividades no município e buscam uma solução junto ao Coes – Viçosa (Centro de Operações Especiais em Saúde) para retorno de suas atividades. Em março, o setor contava com 40 empresas em funcionamento e 503 profissionais contratados (educadores físicos; terceirizados; estagiário; técnicos em manutenção e trabalhadores da administração).
A proprietária de academia Patrícia Lima informou que, desde o início da pandemia, seis empresas já encerraram atividades e ao menos 250 profissionais já foram demitidos, sendo que o restante está com contrato suspenso ou com jornada de trabalho reduzida. Contudo, caso o setor não volte a funcionar a previsão dos microempreendedores é de que haja mais demissões.
Os proprietários já entregaram protocolos técnicos sanitários para apreciação da Prefeitura de Viçosa, porém, não tiveram êxito. Hoje, quinta-feira, 2, representantes do setor irão participar de reunião virtual com membros do Coes-Viçosa, onde um novo documento será apresentado e a expectativa é de que, em caso de reprovação, ao menos uma justificativa técnica seja dada.


Tabela Caged: