Viçosa pranteia Dr. Vicente de Castro

Viçosa pranteia Dr. Vicente de Castro

Viçosa pranteia o falecimento, em Muriaé, na noite do sábado último, 20, onde estava hospitalizado, do Dr. Vicente de Paula de Souza Castro, vítima de câncer no pâncreas.

Viçosense de coração, mas nascido em Raul Soares a 30 de setembro de 1955, filho do Mestre Escola José Luís Martins de Castro e Dona Maria Auxiliadora de Souza Castro (Dona Zizi), irmão de Joaquim (falecido), José Geraldo (Zé do Pedal) e Francisco de Assis (Jeremias) Vicente foi, aos 17 anos, para o Rio de Janeiro onde se ingressou no Estabelecimento Central de Material de Intendência, no I Exército, sendo agraciado com a homenagem ao mérito “por excelente atividade e modelar comportamento.”

Em sua vida laboral, exerceu várias funções, todas elas ligadas ao trabalho com pessoas: Auxiliar de Serviços Gerais, Auxiliar e Assistente de Departamento de Pessoal, Assistente Administrativo e Gerente de Vendas.

No início dos anos 80, escreveu, com o cognome de D’Castro nas duas páginas centrais do Jornal dos Esportes - fundado pelo jornalista Mário Filho, o mesmo que dá nome ao estádio do Maracanã -, semanalmente, o JS Turismo – recebendo o prêmio Bola de Cristal por sua coluna “Em defesa do Rio de Janeiro”.

No Glória, maior hotel do país, foi Auxiliar de Treinamento, depois Assessor, quando necessário, representava a empresa como preposto na Junta do Trabalho (atual Vara do Trabalho). Nesta famosa casa de hospedagem também atuou como professor voluntário do Projeto Educar - Programa do Governo Federal de Alfabetização para Jovens e Adultos.

Com o falecimento da mãe, Dona Zizi Castro, viajou para o Equador, pois fora convidado para trabalhar, como Gerente de Vendas, no Hotel Plaza Internacional, na capital, Quito.

Ingressou na Universidade Central, onde cursou Comércio Exterior.

Voltando ao Brasil, mais precisamente ao Rio de Janeiro, foi Assessor Comercial do Scorial Rio Hotel, oportunidade em que ingressou, através de vestibular, no curso de direito do tradicional Instituto Metodista Bennett. Antes, fizera um curso de extensão em Administração de Hotéis na Fundação Getúlio Vargas (FGV/RJ).

Em sua vida estudantil, teve a grata oportunidade de ter como professores, mestres como o Desembargador Glioche, Luciano Viveiros de Castro, Alexandre Câmara, Neuza Albuquerque, Juiz do trabalho Leonardo Borges, dentre outros.

Formou-se em Direito no ano 2000 recebendo o Grau das mãos do ex-Ministro da Justiça, Dr. Evandro Lins e Silva. Imediatamente aprovado no Exame de Ordem, passou a exercer a advocacia.

Pós graduou-se em Docência do Ensino Superior na Universidade Cândido Mendes (UCAM) e recebe a Medalha de Honra ao Mérito por aproveitamento e assiduidade.

Cursou, no Bennett, Didática do Ensino Superior.

Em 2005, retorna a Viçosa, ingressa na Universidade Federal de Viçosa (UFV) onde faz dois cursos especiais: Direito da Integração e Previdência Social.

Fundou o Jornal Tá N@ Cara, mensário cultural, cujas matérias são elaboradas pelos melhores escritores viçosenses e que também publica, gratuitamente, trabalhos de cunho acadêmico.

Foi um dos responsáveis por implantar, na Escola Técnica José Rodrigues da Silva (ETJRS), o curso de Técnico em Segurança do Trabalho. Instituição em que lecionou as disciplinas de Direito e Legislação e Organização de Empresa.

Membro da Justiça Esportiva da Federação Mineira de Levantamento de Peso.

Foi, por duas vezes, 2º Secretário da Associação Radio Cultural Quintal do Samba.

Aprovado, em primeiro lugar, no exame de proficiência, ingressa no curso de História da UFV, tendo o título de licenciado em 20 de janeiro de 2011.

De 08 a 26/09/2008, idealizou o projeto Setembro Cultural, que teve lugar no Supermercado Escola, no Campus universitário, que foi coordenado pelo professor do Departamento de História da UFV, Jonas Marçal de Queiroz. O evento Constou de exposição de filmes, discos (vinil), Cd’s, cartazes e livros de três grandes nomes da Música Popular Brasileira: Roberto Carlos, Hervé Cordovil e Raul Seixas.

O objetivo principal foi divulgar o compositor, pianista, maestro e arranjador viçosense, Hervé Cordovil, gravado em mais de 50 países, mas pouco conhecido na sua cidade.

1246 pessoas assinaram o livro de presença, cujo primeiro nome foi o do radialista e cantor da Jovem Guarda, Luiz Carlos Clay, que escreveu, na ata de presença, um agradecimento em nome daquele Movimento Musical.

Da exposição resultou um roteiro musical, tema do seu Trabalho Final de Licenciatura (TFL) do curso de História, encenado pela Escola de Dança da UFV, levado ao palco do Colégio Carmo pelas alunas do curso de Dança, com a supervisão da professora Teinha. O evento foi prestigiado por grande número de pessoas e da imprensa em geral; publicação de cinco matérias para crianças, no jornal Tribuninha, suplemento do Jornal Tribuna Livre e do projeto elaborado por ele, Roberto D’Arte e Elson Melo, em andamento, de uma revista em quadrinhos, a ser distribuída nas escolas públicas, contando a história do notável musicista.

Foi Tutor de Sala, em História, na Universidade Norte do Paraná – UNOPAR (Polo Viçosa) desde 01 de março de 2012.

Promoveu várias exposições como aluno e como professor. Recebeu vários prêmios sendo, por duas vezes, destaque na advocacia recebendo o troféu “Expressão Viçosa”, em 2009, das mãos do Secretário Nacional de Educação, professor Luiz Cláudio Costa, e, em 2011, o troféu lhe foi entregue por José Antonio Oliveira (Tafarel), Secretario de Governo de Viçosa.

Recebeu a distinção, Honra ao Mérito Hervé Cordovil, da Câmara Municipal de Viçosa.

Compôs a Comissão de Notáveis, instituída pela Câmara Legislativa de Viçosa para decidir a data correta do aniversário de Viçosa, sendo um dos relatores da Lei do Calendário das Datas Cívicas de Viçosa. Foi membro dos mais atuantes, nos últimos anos, do Conselho Municipal de Cultura e do Patrimônio Cultural e Ambiental de Viçosa, tendo se incumbido, dentre outras comissões, da relatoria do anteprojeto de lei que acrescentou mais duas estrelas na Bandeira de Viçosa, atualizando a representatividade, no pavilhão, dos quatro distritos atuais. o distrito da Sede e o de São José do Triunfo. A bandeira cobriu-lhe o ataúde durante o seu velório na Capela Mortuária do Hospital São João Batista, ao lado do brasão do Instituto Histórico e Geográfico de Viçosa (IHGV), do qual foi um principais idealizadores e um de seus sócios fundadores, primeiro ocupante da cadeira nº 27 (patrono: Presidente Arthur da Silva Bernardes). A “Casa de Alexandre” de Alencar, com 40 sócios, foi instituída em assembleia geral de 10 de novembro de 2016 e instalado em sessão solene e festiva a 21 de setembro de 2017, no Salão Nobre Professor Arduíno Bolivar, da Prefeitura de Viçosa, tendo como primeiro presidente Dr. Henrique Cruz Neto.

Vicente deixa inestimável legado, pelos relevantes serviços prestados à cultura local, com a qual colaborou desinteressa e diuturnamente, pelo ideal de bem servir. Assim, foi membro da Comissão de Marketing e Publicidade da 91ª , da OAB – Viçosa. Sempre foi solicitado por universitários para auxiliá-los nos mais diversos trabalhos, o que fazia com muito carinho e apreço. Tem vários trabalhos publicados e obras registradas na Biblioteca Nacional. Ressalte-se que suas atividades despertam interesse na imprensa, gerando grande publicidade, o que torna sua vida pública e respeitada.

Seu sepultamento foi ao cair da tarde do domingo, 21, no Cemitério Colina da Saudade, de Viçosa, com grande acompanhamento de familiares e amigos, que lhe prestaram diversas homenagens póstumas, num preito de gratidão e saudade. Deixa viúva sua consorte por quinze anos, Wanderleia Maria Lisboa Silva e a filha Andressa Lisboa de Castro, de 13 anos, residentes em Viçosa e a filha Aline, residente na Alemanha, fruto de seu primeiro casamento. Em Viçosa, uma legião de amigos e admiradores de sua personalidade, ele que teve, a exemplo de seu homônimo, São Vicente de Paulo, a mansidão e humidade do Sagrado Coração de Jesus.

Saudosamente, José Mário da Silva Rangel, cadeira nº 17 do IHGV