Saae decreta estado de alerta para uso da água

Saae decreta estado de alerta para uso da água

Em reunião realizada na tarde de terça-feira, 8, entre diretores e profissionais técnicos da autarquia, para analisar as condições de abastecimento frente a escassez de chuvas no município, o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Viçosa decidiu pela decretação de Estado de Alerta na tentativa de evitar o agravamento o quadro e retardar a adoção de medidas de racionamento e, assim, caso elas sejam necessárias, diminuir o período que atingirão a população em relação à chegada do “tempo das águas”. Com a decretação do Estado de Emergência, Lei Municipal nº 2515/15, o Serviço Autônomo pode tomar a decisão de multar infratores como forma de prevenção do desabastecimento. A medida visa coibir o uso inadequado da água, como lavar calçadas, molhar logradouros públicos, lavar veículos em residências e outras formas de usos perfeitamente evitáveis e que configuram desperdício da água tratada fornecida pelo Saae.

Ribeirões estão secando - De acordo com o Saae, os ribeirões que abastecem a ETA I (Pintinho) e ETA II (Violeira) estão com seus volumes baixos em virtude da falta de chuva e, se a população não economizar água, a situação tende a se agravar. Nesse quadro, a situação da ETA I (São Bartolomeu) é a mais grave: Trabalha com apenas 19,4% da sua atual capacidade, o que afetando principalmente o abastecimento das partes altas da cidade. Atualmente na ETA I o Ribeirão São Bartolomeu está vertendo apenas 31 lts/segundo (enquanto o ideal seria 100 lts/segundo) e a UFV está captando 10 lts/segundo e o Saae 34 lts/segundo, ou seja, captação total de 44 lts/segundo, por isso todos os dias a represa diminui muito o seu volume de água. Já na ETA II (Violeira) a captação é de 142lts/segundo. De acordo com o Saae, 200 lts/segundo é o padrão ideal para que o abastecimento não seja prejudicado.

Racionamento - De acordo com a direção do Saae, a partir do decreto de alerta, são enviados relatórios constantes ao Cisab (Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Zona da Mata de Minas Gerais), que estuda as formas e procedimentos que deverão ser tomados a partir de agora. “A autarquia trata o assunto de acordo com critérios técnicos visando sempre o menor impacto à população e reitera a necessidade do uso racional da água”, alertou Rodrigo Bicalho, diretor presidente do Saae.
Os usuários podem denunciar os desperdícios e abusos pelo telefone (31) 3892-6000 ou pelo e-mail faleconosco@saaevicosa.com.br.

Bioquímico do Saae esclarece sobre cor de água

Ainda persistem os comentários a respeito da qualidade da água (coloração e odor) que tem chegado aos lares viçosenses desde o dia 17 último. O Saae de Viçosa (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) divulgou nota sobre o assunto, visando tranquilizar os moradores sobre, principalmente, a coloração da água.
Mas, mesmo assim muitas dúvidas continuaram na cabeça dos consumidores e o assunto virou tema de debate nas redes sociais e na Câmara Municipal, onde o vereador Idelmino da Silva (PCdoB), no último dia 22, cobrou da autarquia esclarecimentos mais precisos sobre o assunto.
O bioquímico Henrique Freitas Santana, chefe do Setor de Tratamento de Água e Esgoto do Saae, disse que não é verdade que o manganês seja o vilão dessa história toda e que pode causar consequências graves no corpo humano. Afirmou que o seu consumo é essencial para o bom funcionamento do organismo e que a deficiência dele em nosso corpo causa perda de peso, dermatite transiente, náusea, vômito, afeta a capacidade reprodutiva, a função pancreática e o metabolismo de carboidratos e citou Basu e Dickerson, 1996, como fontes de referências.
De acordo com o bioquímico, um homem adulto precisa consumir diariamente 2,3 mg de manganês para o bom funcionamento de seu corpo (WHO, 2011). “Para você conseguir ingerir essa quantidade de manganês bebendo apenas a água do Saae dos últimos dias, você precisaria beber aproximadamente 4,5 Litros de água todo dia”, disse Henrique. Ele ainda exemplificou que “quando uma pessoa ingere 100 gramas de carne bovina ela está consumindo 1,5 miligramas de manganês. Para consumir a mesma quantidade de manganês bebendo da água do Saae dos últimos dias, a pessoa precisaria beber 2 litros e 750 mililitros”.
Segundo Henrique, a concentração máxima de manganês encontrada na água do Saae foi de 0,545 mg/l. Em um estudo no Japão, o fornecimento de uma água com concentração de 0,750 mg/l (concentração acima do que a água de Viçosa) não acarretou efeitos adversos nos consumidores (Suzuki 1970).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as concentrações de manganês na água potável são diminuídas usando os métodos de oxidação e filtração, alcançando assim concentrações de manganês de aproximadamente 0,05 mg/l na água potável (WHO2011).
Finalizando suas explicações, o bioquímico Henrique Freitas disse que desde o dia 20 de agosto o Saae vem efetuando a pré-oxidação e a filtração, e conforme constatado em toda a rede de distribuição, o problema do manganês foi solucionado.
Para as suas afirmações, Henrique citou como referência vários títulos que tratam do assunto, como WHO, World Health Organization, Manganese in Drinking-water Background document for development of WHO Guidelines for Drinking-water Quality, 2011.Vitamins in Human Health and Disease, T.K. Basu, J.W. Dickerson, CAB International, 1996. Suzuki Y (1970) Environmental contamination by manganese. Japanese Journal of Industrial Health, 12:529–533.

Prefeitura
Na semana passada, a Prefeitura determinou que a direção do Saae se posicionasse, publicamente, sobre os fatos ocorridos e informasse ao público as precauções a serem tomadas.
Segundo o prefeito Ângelo Chequer, diversas providências estão sendo tomadas no sentido de sanar as deficiências de abastecimento, principalmente, nesse período de poucas chuvas na região.
Ele disse que desde o fim do ano de 2015, o Saae vem realizando diversos investimentos na ampliação da capacidade da ETA II (Violeira), bem como no trabalho de finalização do projeto para construção da ETA III.
Para a Prefeitura a situação da ETA I (São Bartolomeu) é muito grave e registra apenas 19,4% da sua atual capacidade disponível, afetando principalmente as partes altas da cidade. Atualmente na ETA I o Ribeirão São Bartolomeu está vertendo apenas 31 lts/segundo (enquanto o ideal seria 100 lts/segundo) e a UFV está captando 10 lts/segundo e o SAAE 34 lts/segundo, ou seja, captação total de 44 lts/segundo, por isso todos os dias a represa diminui muito o seu volume de água.
Sobre a cor amarelada da água em algumas partes da cidade, informa que a causa foi a constatação do aumento em até 12 vezes, acima do normal, da concentração de manganês no manancial do Turvo Sujo, mas a alteração na concentração deste elemento não tornou a água imprópria para o consumo humano.
Já a falta d’água nas partes mais altas da cidade ocorre em virtude das obras na ETA II (Violeira), que têm como objetivo dobrar a quantidade de água tratada naquela estação, e devido às baixas no manancial do Ribeirão São Bartolomeu. As regiões prejudicadas estão sendo atendidas por caminhões pipa.

Racionamento

De acordo com a direção do Saae, a possibilidade do racionamento de água não está descartada. “A autarquia trata o assunto de acordo com critérios técnicos visando sempre o menor impacto à população e reitera a necessidade do uso racional da água”, alertou Rodrigo Bicalho, diretor presidente do Saae.