Operação investiga empresa de joias de alto luxo por sonegação milionária

Com filiais no exterior e milhões de reais em faturamento, fabricante de joias com sede em MG estava cadastrada no Simples Nacional

Operação investiga empresa de joias de alto luxo por sonegação milionária

A Receita Estadual e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Coordenadoria Regional das Promotorias de Defesa da Ordem Econômica e Tributária do Triângulo e Noroeste, realizaram, na manhã desta terça-feira (21/12), a operação “Brilho das Estrelas”, que visa combater a sonegação de impostos no setor de indústria e comércio de joias de alto padrão.

O alvo da operação é uma empresa do ramo de joias de alto luxo, com sede em Uberaba e filiais nos Estados Unidos e nos Emirados Árabes. Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Um no endereço onde funciona a empresa e outro na residência dos proprietários.

Com base em índices técnicos e documentos fiscais, a estimativa é que, nos últimos cinco anos, tenham sido sonegados mais de R$ 50 milhões em operações de compra e venda, incluindo a comercialização de peças em leilões. A Receita Estadual acredita que o valor da sonegação pode ser superior, uma vez que, ao que tudo indica, quase todas as entradas e saídas de pedras preciosas e, principalmente, de ouro se deram de forma clandestina, sem notas fiscais.

Segundo o superintendente regional da Fazenda em Uberaba, Gustavo Antônio dos Santos, a contradição entre as realidades social e tributária da empresa chamou a atenção do Fisco Mineiro durante as investigações.

A contradição fica ainda mais evidente ao se analisar o público-alvo da empresa: celebridades e pessoas com alto poder aquisitivo, sobretudo, mulheres. Dentre os clientes apresentados no site, propagandas e reportagens estão grandes personalidades e estrelas do show business nacional e internacional.

MATERIAL APREENDIDO

Todo o material apreendido durante o cumprimento dos mandados será auditado para se estabelecer o valor real dos impostos sonegados a serem ressarcidos aos cofres públicos. As provas das irregularidades serão anexadas ao processo por crime contra a ordem tributária. Além disso, os envolvidos no esquema podem responder ainda por formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A operação “Brilho das Estrelas” contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberaba e teve a participação de três promotores de Justiça de Minas Gerais, 16 auditores fiscais da Receita Estadual e 13 policiais militares.

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