Impacto das mineradoras em Viçosa é tema de audiência pública
A audiência foi proposta pelo vereador Daniel Cabral (PCdoB), que dirigiu os trabalhos durante a sessão, e coautoria dos vereadores petistas Professor Bartô e Jamille Gomes
Uma audiência pública, realizada na Câmara Municipal de Viçosa na última quinta-feira, 17, debateu os impactos causados pela atividade de mineradoras presentes no município.
A sessão contou com a participação do representante do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Jean Carlos Martins, do representante da Zona da Mata Mineração (ZMM), Roberto Emil e do representante da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), Marcos Amaral. Também estiveram presentes na reunião a representante dos moradores da Avenida Joaquim Lopes de Faria, Maria do Carmo Cupertino, a Servidora do Hospital São João Batista (HSJB), Gislene Barroso e a representante dos moradores do Bairro Silvestre, Rosângela Maria Evangelista de Carvalho.
O Movimento Pela Soberania Popular na Mineração presta apoio às comunidades impactadas ou ameaçadas pela implementação de projetos de mineração. Para Jean Martins, “a mineração é uma atividade importante para o nosso País e para o desenvolvimento de qualquer sociedade. No entanto, sabemos que a mineração não deve inviabilizar economicamente outras atividades, o modo de vida local das populações e o futuro das próximas gerações”.
O trânsito das carretas de minério nas ruas do município causa incômodos como o barulho das caçambas e das frenagens que prejudicam a audição das pessoas; carretas que trafegam em alta velocidade podendo ocasionar acidentes; excesso de carga que causa danos nas estruturas das residências; além do risco de acidentes de carretas que trafegam com pneu careca e sem cobertura de lona.
A servidora do HSJB, Gislene Barroso, manifestou como as carretas de minério afetam a rotina do hospital. “Eu vejo todos os dias o transtorno que é prestar atendimento com o barulho e poeira dos caminhões. O barulho atrapalha tanto o atendimento telefônico quanto o atendimento presencial e incomoda todos que estão trabalhando e também os pacientes”, explicou.
Na oportunidade, a cidadã Maria do Carmo também expôs como a presença das mineradoras impactam a vida dos moradores da Avenida Joaquim Lopes de Faria, localizada no Bairro Santo Antônio. “Aqui o barulho é intenso e horrível, principalmente quando as carretas freiam nos quebra-molas. A poeira também aumentou demais, além do excesso de velocidade das carretas e rachaduras nas casas”.
O representante da ZMM, Roberto Emil, defendeu que a empresa “é uma pequena e nova mineradora com princípios e visões diferentes do que era a antiga mineração. Entendemos que temos que trabalhar de acordo com o que é chamado hoje de Indústria 4.0 e as questões de interligação entre as empresas e a sociedade. Muitas mineradoras trabalharam durante muito tempo em condição a par da sociedade e isso vem mudando”. Roberto reforçou ainda que é preciso um esforço conjunto, envolvendo as mineradoras, os poderes executivo e legislativo e a sociedade, para a solução dos problemas apontados.
Os participantes da audiência pública definiram que os próximos passos vão envolver a criação de uma regulamentação municipal, a revisão do estudo de impacto ambiental da ZMM e o planejamento de rotas alternativas para as carretas.
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