Greve dos servidores da UFV continua
O Governo Federal lançou um pacote de medidas econômicas no último dia 14 para tentar segurar as contas para o próximo ano. Entre corte de gastos e aumento de tributos, algumas medidas anunciadas pelo Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, atingem diretamente os servidores federais. A principal delas é o adiamento do reajuste de salários, ainda em negociação.
A federação dos servidores (Fasubra) reivindica índice de recuperação de perdas de 27,3%, sendo 9,5% em janeiro 2016 e de 5,5% a partir de janeiro de 2017, com cláusula de revisão em 2016 caso a previsão do índice instituído pelo governo para garantir a revisão em 2017 ultrapasse 5,5%. Era reivindicado também garantia (step) de 0,5% para o nível de careiras, a partir de janeiro de 2016 e 0,7% em janeiro de 2017 alcançando os 5% em 2017.
No último acordo discutido pelos representantes do MEC com os da Fasubra, o Governo contrapropôs aumento de aproximadamente 21,3º em 4 anos, aceitando a redução desse tempo para 2 anos, com reajuste de 5,5% para janeiro de 2016 e 5,0% em janeiro de 2017. Agora, diante das dificuldades financeiras que o país atravessa, o Governo mantém sua proposta de reajuste mas adiou para agosto de 2016 a concessão da primeira parcela do aumento (5.5%) que estava prevista para janeiro.
Além dessa medida, o governo anunciou que pretende suspender todos os concursos públicos federais previstos 2016 e extinguir o abono permanência.
A nova proposta foi oficialmente comunica à Fasubra no dia 16 de setembro. Outra medida radical do governo é acabar com o abono permanência, benefício concedido ao servidor que tem direito à aposentadoria, mas opta por continuar trabalhando, de modo que ele deixa de ter a contribuição previdenciária descontada de sua remuneração. Como é um direito consagrado pela Constituição Federal, essa medida exige a aprovação de uma PEC no Congresso Nacional.
O pacote de medidas anunciadas pelo governo foi duramente criticado pelos servidores federais e chegam durante o processo negocial do governo com as entidades sindicais que representam diversas categorias do funcionalismo. Neste momento, a proposta de reajuste apresentada pelo governo não cobre a inflação dos próximos anos, muito menos a dos anos anteriores.
Mediante essas mudanças nas propostas do Governo, a orientação do comando geral de greve dos servidores é pela continuidade da greve.
Em Viçosa, a Asav realizou assembleia na tarde desta sexta-feira, 18, para avaliar a greve. E a expectativa é de que a paralisação, que caminha para chegar aos 120 dias – a greve na UFV foi deflagrada em 28 de maio – continue.
A data para encerramento das negociações entre Governo e Fasubra, anteriormente marcada para 11 de setembro, foi adiada para o dia 23 deste mês.
O Governo ainda não sinalizou com o corte de ponto dos servidores.
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