Consumo de drogas na UFV preocupa

Consumo de drogas na UFV preocupa

O campus da Universidade Federal de Viçosa é conhecido, praticamente em todo o país, por sua beleza. Para quem estuda na universidade ou está apenas de visita, o local também oferece uma estrutura importante de serviços. Há livraria, papelarias, copiadoras, supermercado, farmácia, lanchonetes, restaurantes, hotel e agências bancárias. No entanto, o que era pra ser um cartão postal da cidade e um espaço de encontro e lazer para visitantes, moradores e famílias, vem se transformando em um ponto de uso de drogas. Na última semana, a redação do jornal Folha da Mata recebeu a visita de um senhor. Ele contou que tinha o costume de ir ao Recanto das Cigarras aos domingos com os netos. Entretanto, de um tempo pra cá, o programa deixou de ser um hábito para a família. Isso porque, de acordo com ele, da última vez que esteve lá, o local estava repleto de pessoas usando drogas, livremente. Ele também percebeu uma movimentação estranha de motocicletas, que pareciam fazer a comercialização da droga. Com medo, ele e os netos preferiram deixar o local.
A equipe de reportagem do jornal Folha da Mata entrou em contato com o setor de vigilância da Universidade, que admitiu a existência do problema. De acordo com vigilantes, há muitas denúncias e os relatos são, principalmente, de uso de drogas na Praça da Química, localizada no gramado atrás do barzinho do DCE, e no Recanto das Cigarras. O setor explicou que quando recebe alguma notificação da presença de usuários de drogas no campus, os vigilantes podem apenas solicitar a retirada dessas pessoas. Há também um convênio com a Polícia Militar de Viçosa para o auxílio na segurança do campus. Mas, como a Polícia conta com um efetivo pequeno, nem sempre consegue atender aos chamados da universidade.
Pelo Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03), os vigilantes de instituições de ensino federais não têm direito a porte de arma. Para eles, isso dificulta um pouco o trabalho. Os vigilantes ressaltam, ainda, que, por conta da extinção do cargo, não há abertura de concurso há cerca de 25 anos. O setor trabalha, atualmente, com 40 profissionais, alguns terceirizados, que se dividem por turnos.
Além dessas denúncias, o campus já foi notícia por assaltos a estudantes. Agências bancárias e o supermercado também já foram alvo de bandidos armados.