Minas registra mais óbitos que nascimentos em abril
Em Viçosa, primeira semana de abril também tem emissão superior de certidões de óbitos em relação aos nascimentos; fenômeno raro é agravado pela pandemia.
A letalidade da pandemia da Covid-19 tem alterado uma estatística sobre o crescimento populacional que gerou, no início do mês de abril, um fato inédito: em Minas Gerais, morreu mais gente do que nasceu. Foram 6.735 nascimentos e 7.793 óbitos, uma diferença de 1.058 mortes a mais. Os dados estão disponíveis no Registro Civil Nacional/Portal da Transparência e são coletados em cartórios de todos os municípios mineiros.
Em Viçosa, a situação é a mesma, com 14 nascimentos e 26 óbitos registrados nos primeiros dias do mês de abril. Só para a Covid, o município perdeu 16 vidas neste mês.
Os dados do Portal da Transparência não informam a causa das mortes, mas revelam um excesso de mortalidade que, para os especialistas, costuma ocorrer em períodos de tragédia e desestruturação social, como a 2ª Guerra Mundial. Em geral, no Brasil, o número de nascimentos por ano costuma ser o dobro do número de mortes e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta que a população do país só pare de crescer em 2047, quando, aí sim, os números de nascimentos e mortes seriam mais próximos entre si.
Por mais que sejam temporários, uma vez que os registros são atualizados periodicamente, o fato aponta o que os boletins epidemiológicos da Covid-19 já trazem: o mês de abril está sendo o mais letal da pandemia em todo o estado, com 4.304 mortes em 14 dias, quase o dobro da média diária de mortes registradas em março.
No acumulado do ano de 2021, a situação em Minas Gerais fica dentro das expectativas de crescimento demográfico, com total de nascimentos (68.877), bem superior à de mortes, (55.810).
Registros de nascimentos e óbitos de cidades da região (Fonte: Portal da Transparência)
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