Avançam as negociações para criação de serviço de quimioterapia em Viçosa
O CISMIV e a Prefeitura de Viçosa concordaram em pagar o HSJB o aluguel do espaço para instalação do serviço, que será de inteira responsabilidade do Hospital Nossa Senhora das Dores, de Ponte Nova
As tratativas para que Viçosa tenha, na cidade, um serviço de quimioterapia para pacientes em tratamento de diversos tipos de câncer estão avançadas. A negociação acontece desde a transferência da referência e dos recursos da microrregião para o Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), em Ponte Nova, que possui um centro oncológico avançado, com serviços de quimioterapia e radioterapia. Até junho de 2023, o hospital da Fundação Cristiano Varella, em Muriaé, era a referência para a maioria dos tratamentos oncológicos.
Desde que o HNSD assumiu essa responsabilidade, surgiram discussões sobre a criação de uma extensão do serviço de quimioterapia em Viçosa, utilizando a estrutura do Hospital São João Batista (HSJB). A proposta visa reduzir o deslocamento de pacientes.
A ideia é que todos os serviços continuem sendo prestados pelo HNSD, com o HSJB cedendo um espaço mediante um contrato de aluguel, cujo valor seria de R$ 20 mil mensais. Esse montante seria dividido entre o Cismiv (Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião de Viçosa) e a Prefeitura de Viçosa. O Cismiv já aprovou o repasse de R$ 13.500, e a Prefeitura de Viçosa complementaria o restante.
Uma reunião realizada há cerca de 30 dias tratou dos detalhes desse acordo, mas questões administrativas ainda precisam ser resolvidas para que o serviço possa ser efetivamente implantado. A expectativa é de que o projeto seja concretizado a médio prazo. Há um compromisso do governo estadual, articulado pelo deputado Roberto Andrade, para equipar integralmente o espaço no HSJB, com uma verba de R$ 1,8 milhão, que deverá ser liberada pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais).
Atualmente, o contrato de cessão do espaço entre as entidades está em fase de elaboração, e a adaptação da área no HSJB será necessária para receber os equipamentos e a equipe médica do HNSD.
Toda a discussão está sendo acompanhada pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), por um procedimento instaurado na 1ª Promotoria da Comarca de Viçosa. Para o promotor Luís Cláudio Fonseca Magalhães, o projeto é visto como uma grande oportunidade para a microrregião de Viçosa, uma vez que, de acordo com as regras do Ministério da Saúde, seria impossível criar uma extensão de um centro oncológico. Ele explicou que extensões desse tipo são raras, existindo apenas um outro caso em Minas Gerais, na cidade de Taiobeiras, vinculado a Montes Claros.
“A instalação de um serviço de quimioterapia em Viçosa seria de grande benefício para os pacientes que desejam ficar mais próximos de suas famílias durante o tratamento. Além de reduzir custos com transporte, também diminuiria o impacto emocional para os pacientes, muitos dos quais enfrentam sequelas físicas e psicológicas durante o tratamento”, complementou o promotor. Ele ainda explicou que a radioterapia continuará sendo oferecida exclusivamente em Ponte Nova, onde há equipamentos de última geração.
Magalhães ressaltou ainda que o HNSD não tem obrigação legal de criar essa extensão em Viçosa. “Todo o processo está sendo conduzido por meio de diálogos entre as partes envolvidas — CISMIV, Prefeitura de Viçosa e os dois hospitais. No entanto, sem o apoio do governo estadual para equipar a unidade, o projeto não poderá ser viabilizado. A previsão é que o serviço de quimioterapia comece a funcionar em meados de 2025, desde que todos os recursos e acordos sejam formalizados”, insistiu.
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