Incêndios florestais na Zona da Mata dobram em relação ao ano passado

A 4ª Companhia de Polícia Militar de Meio Ambiente, com sede em Juiz de Fora e responsável por 149 municípios, incluindo Viçosa, registrou um aumento expressivo nos casos de incêndios florestais em 2024. De janeiro a setembro deste ano, foram contabilizados 96 incêndios, mais que o dobro dos 46 casos registrados no mesmo período em 2023. Apenas no mês de setembro, ocorreram 46 incêndios, número que corresponde a quase a totalidade dos registros do ano anterior.

O tenente Lucas Carvalho, comandante do Pelotão da PM do Meio Ambiente em Juiz de Fora, destacou que a escassez de chuva e o clima seco têm favorecido o aumento das ocorrências. "Estamos passando por um momento muito difícil. A falta de chuva aumenta a probabilidade de incêndios, especialmente quando há ações criminosas", afirmou.

Entre as principais causas identificadas estão a prática de queimadas para limpeza de terrenos, especialmente na zona rural. Segundo o tenente, muitas pessoas acreditam que podem realizar essas queimadas de forma controlada sem autorização, o que é ilegal. "A limpeza de lote com queima controlada precisa de autorização do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Quem for flagrado fazendo queimadas sem autorização responderá criminalmente", explicou.

A legislação prevê penas severas para os responsáveis por incêndios criminosos, com até quatro anos de reclusão conforme o artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais para zonas rurais, e com base no artigo 250 do Código Penal para áreas urbanas. Até o momento, as multas aplicadas já somam R$ 3 milhões.

Um dos casos mais recentes ocorreu no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, onde um incêndio provocado pela perda de controle durante a limpeza de um terreno atingiu 46 hectares da zona de amortecimento do parque. Denúncias de queimadas podem ser feitas de forma anônima pelos números 190 ou 181.