Em 27 de junho de 1997, Viçosa se despedia de Antônio Chequer
Na data de hoje, quinta-feira, 27 de junho, no ano de 1997, falecia o ex-prefeito de Viçosa, Antônio Chequer, uma das figuras mais carismática da história do Município. Naquela data, depois de uma Missa de corpo presente, celebrada pelo compadre e amigo, Padre Carlos dos Reis Baeta Braga, no Santuário de Santa Rita de Cássia, a cidade parou para seguir o cortejo fúnebre. Assim como viveu, despediu-se da vida. Durante todo o trajeto até o Cemitério Dom Viçoso, a Banda Lira de Santa Rita executava marchinhas populares sob o repicar de fogos de artifícios.
E foi assim, cantando e lamentando, que o povo, principalmente os mais humildes, deu adeus ao amigo. Na entrada do cemitério, após uma salva de tiros pelos atiradores do Tiro de Guerra, tentaram fazer uma barreira para impedir a entrada de toda aquela gente e, a princípio, quase conseguiram o intento. De repente, ouviu-se uma voz na multidão: “Ele também é nosso pai”. Aí, ninguém mais deu conta. Os presentes, às centenas, deram a volta até a parte mais baixa do muro, na Rua do Pintinho, saltaram o alambrado e nunca se viu tanta gente aglomerada no velho cemitério.
E Toninho Chequer foi sepultado assim como viveu: cercado pelas pessoas que realmente o amava. Antônio Chequer é lembrado com saudade e gratidão até nossos dias. Os mais humildes não o esquecem. Foi idealizador de vários loteamentos na cidade, mas um era tratado com deferência e carinho: o bairro Nova Viçosa. Às vezes, quando se sentia cansado do dia a dia na Prefeitura, se dirigia até a parte alta e ficava contemplando a sua obra. Depois descia e passava de casa em casa, cumprimentando as famílias. Para essa gente, dificilmente Viçosa terá como administrador um líder que se aproxime da grandeza do “Tunim Cheque”
Biografia
Antônio Chequer nasceu em Viçosa. Junto dele, também, chegou o irmão José Chequer, exatamente, no dia 26 de setembro de 1932. Naquele momento, o casal Fuad Chequer e Anita Muanis Chequer iniciava sua prole, em parte responsável por uma página da história de Viçosa. Depois viria, Maria Halfa, Maria Helena (Leninha) e Elias nessa ordem.
Foi aluno do Grupo Escolar “Coronel Antônio da Silva Bernardes”. O grupo da Praça, hoje o CASB, Apesar de garantir para os amigos que só tinha CPI, ou seja, Curso Primário Incompleto, ali concluiu o Curso Primário (hoje quarta série do Ensino Fundamental) e, foi além, até a segunda série do curso ginasial no Colégio de Viçosa, que hoje abriga o Centro Administrativo Municipal que leva o seu nome.
Depois, descobriu-se empresário, trabalhando na Fábrica de Calçados Halfa, da qual seu pai era proprietário. Daí não parou mais. Embrenhou-se pela construção civil. No ramo, aos poucos foi fazendo brotar vários bairros: Amoras, Clélia Bernardes, Santa Clara, Betânia, Vereda do Bosque, Nova Viçosa, União, Santo Antônio. E concluindo outros: Silvestre, João Braz, além da abertura das ruas Milton Bandeira e Doutor Raimundo Alves Torres.
Outra paixão do Toninho: as crianças. E elas o adoravam. Além de sua preocupação com a educação da turma, fazia muita festa para atender a turma. De todos circos e parques que chegavam à cidade, exigia como contrapartida, ingressos para alunos da rede escolar do município e para todas as crianças carentes. Chegou a trazer o grupo “Os Trapalhões”, completo, para uma apresentação na cidade. Alguns o achavam sósia do Renato Aragão.
Enquanto empresário, viu-se político. Exatamente aos 18 anos. Em 1950, foi eleito vereador. Foi prefeito (1973/1976 – 1989/92 – 1997 até sua morte). Foi presidente da Loteria Mineira e eleito presidente da Associação Brasileira de Loterias (1983); suplente de deputado federal e diretor da Hidrominas (1987).
Querido pela família, sempre foi um pai exemplar. Prova disso é o orgulho que têm de seu nome os filhos Andréa, Débora, Fued, Jorge, Antônio e Ângelo.
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