Centro de Saúde 24 horas será inaugurado nesta sexta-feira pela Prefeitura
Em Viçosa, mais de 60% dos atendimentos feitos nos hospitais são classificados como “não emergência”
A Prefeitura de Viçosa vai inaugurar hoje, sexta-feira, dia 21 de junho, o Centro de Saúde 24 horas, que promete desafogar as portas das emergências dos hospitais. A unidade foi instalada no prédio da antiga Policlínica, na rua José da Cruz Reis, nº 105. A inauguração está marcada para às 17 horas.
O Centro de Saúde 24 horas não é um hospital, nem uma UBS, é uma unidade intermediária que visa atender todas as demandas de saúde da população que não são urgentes, principalmente aos finais de semana e durante a noite e madrugada, quando as UBS dos bairros estão fechadas. O objetivo, segundo o secretário de Saúde Rainério Rodrigues Fontes, é oferecer à população uma alternativa aos Pronto Atendimento dos hospitais, que são pensados para atender casos de urgência e emergência, no entanto, são muito procurados por pacientes com sintomas leves.
NÚMEROS
Mais de 60% dos pacientes atendidos no Pronto Atendimento (PA) do Hospital São Sebastião (HSS) nos primeiros três meses do ano não apresentavam urgência e suas queixas poderiam ter sido sanadas em unidades de Atenção Primária, as chamadas UBS. A informação consta em um relatório de atendimento trimestral que o Folha da Mata teve acesso.
Para compreender os números, é importante saber que todas as pessoas que procuram atendimento no PA do HSS passam por triagem e são classificadas de acordo com o estado de saúde. O hospital adota a classificação do Protocolo de Manchester e utiliza seis cores para identificar o grau de cada paciente: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e branco, sendo que cada cor representa um limite de tempo de espera, que varia de imediato a até quatro horas.
Durante os meses de janeiro, fevereiro e março, o PA atendeu 9.175 pacientes, sendo que 5.691 tiveram suas demandas classificadas como branco, azul ou verde. Segundo a enfermeira coordenadora da Urgência e Emergência, Poliana Coutinho Moreira Matias, são classificados nessas cores os pacientes que apresentam sintomas leves, que não necessitavam de atendimento hospitalar imediato.
Ainda de acordo com a coordenadora, muitos desses pacientes procuram o hospital por desconhecimento sobre os serviços ofertados pelas Unidades Básicas de Saúde ou pela insatisfação do atendimento recebido anteriormente. “Alguns dizem que não sabem qual é o posto de referência, outros reclamam que precisam tirar ficha para serem atendidos ou acham que não vai ter médico, outros vêm pra cá na expectativa de um exame (...)”, relatou a enfermeira, ressaltando que a maioria dos casos atendidos nos últimos meses apresentavam sintomas gripais ou de dengue.
Os dados desse relatório também repercutiram na Câmara. Em uma reunião ordinária recente, o vereador Marcos Fialho disse que é necessário um empenho da Prefeitura em buscar entender o que está acontecendo para que tantos pacientes prefiram os hospitais ao invés de buscar atendimento nas UBS de seus bairros.
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