Algas tóxicas tingem de verde a lagoa da UFV

Algas tóxicas tingem de verde a lagoa da UFV

A água da lagoa das Quatro Pilastras, na entrada da Universidade Federal de Viçosa (UFV), tem apresentado um aspecto preocupante, causado principalmente pela poluição. A grande vilã do momento são as cianobactérias, uma espécie de microalgas tóxicas, que deixaram a água da lagoa literalmente tingida de verde, facilmente de ser observado ao amanhecer.
De acordo com técnicos da área, essa situação é mais comum no verão devido ao calor, mas nessa época do ano os esgotos despejados servem como alimentos para os micro-organismos se fortalecerem e a única maneira de mudar essa situação é parando de despejar esgoto nas águas.
Entre as diversas cianobactérias existentes uma espécie é a Microcistys aeruginosa que é uma espécie hepatotóxica, isto é, a fauna que vive no mesmo meio das cianobactérias tem fortíssima probabilidade de ter danos no fígado e até câncer, podendo causar a morte de peixes, por exemplo.
Segundo a pró-reitora de Administração, Leiza Maria Granzinolli, a Universidade está com todos os projetos de despoluição de suas lagoas em andamento, o plano de tratamento dos efluentes já foi elaborado e vem sendo colocado em prática.
No setor de gado de leite o sistema atual de tratamento de efluentes está sendo recuperado e terá novo método de coleta de resíduos. Na suinocultura de corte e melhoramento genético o manejo adequado vem sendo feito de forma gradativa com a redução da geração de efluentes.
A pró-reitora ressaltou a parceria positiva com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) que tem possibilitado o trabalho de despoluição e preservação das lagoas do campus, principalmente, a que serve de fonte de captação de água para o município. Ela disse que apesar dos investimentos na área já concretizados e os que ainda estão por serem concluídos, ainda há alguma coisa para ser feito a fim de se resolver de vez o problema.

Saae
Perguntado a respeito do assunto, o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Viçosa (Saae), Rodrigo Bicalho, disse que o problema da cor anormal da lagoa do campus é proveniente de descargas do estábulo da UFV. Os esgotos do Bairro Romão dos Reis são direcionados a uma Estação de Tratamento construída no próprio bairro. Os do Acamari e dos condomínios adjacentes são lançados em uma rede que passa pela universidade diretamente no interceptor construído para esse fim. Rodrigo garantiu que não há sequer um lançamento de esgoto da cidade em qualquer uma das lagoas da UFV.